A casa caiu de novo para os investigados da Operação Successione. Em decisão unânime tomada nesta terça-feira (23), a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul mandou cinco acusados de volta para a prisão preventiva.
Eles tinham conseguido liberdade provisória, mas a Justiça decidiu que a rua não é lugar para quem integra organização criminosa armada.
A ofensiva, segundo reportagem do G1, atendeu ao recurso do Gaeco, que alertou para o perigo de manter soltos nomes pesados do esquema: Valnir Queiroz Martinelli, Manoel José Ribeiro, Wilson Souza Goulart, José Eduardo Abdulahad e Gilberto Luis dos Santos.
Abdulahad vai cumprir prisão domiciliar por causa de um tratamento contra câncer, mas os demais já têm destino certo: a cadeia.
Segundo as investigações, o grupo operava como uma verdadeira máfia em Campo Grande, usando armas, ameaças e até ataques contra rivais para garantir o controle do jogo do bicho. Além da contravenção, a lista de crimes inclui corrupção e roubos violentos. Um dos denunciados segue foragido e é considerado peça-chave do esquema.
Relator do processo, o desembargador Jonas Hass Silva Júnior não poupou palavras: destacou a gravidade dos delitos e o risco concreto de novos crimes, lembrando que até o fim da instrução criminal não afasta a necessidade da prisão.
O voto dele foi acompanhado por todos os magistrados da câmara.
Operação
A Operação Successione foi deflagrada em dezembro de 2023 e colocou sob mira 15 suspeitos, entre eles policiais militares da reserva. O Ministério Público apontou que a facção tinha ramificações até em setores da segurança pública, operando como um poder paralelo.
O nome da operação faz referência à disputa sangrenta pelo controle do jogo clandestino na capital, aberta após a Operação Omertà, em 2019, que já havia exposto como o crime organizado infiltrava-se no Estado.