O governo brasileiro minimizou nesta segunda-feira (6) as novas ameaças do governo dos Estados Unidos sobre a intenção de iniciar operações militares na América Latina.
Em um vídeo, divulgado no sábado (4) pelo Departamento de Segurança Interna, são exibidas operações policiais com a intenção de afirmar que elas serão efetuadas também contra os cartéis de drogas.
E, no domingo (5), o presidente americano afirmou que o aumento da presença militar americana no Caribe interrompeu o tráfico de drogas da América do Sul.
Trump diz ainda que interrompeu o tráfico marítimo da América Latina para os Estados Unidos. Além disso, até dezembro, as Forças Armadas dos Estados Unidos enviarão militares para o Panamá, México e Argentina para exercícios conjuntos com forças locais.
A avaliação tanto de diplomatas como de militares brasileiros, com os quais a CNN conversou, é que o presidente americano tem apostado na narrativa de guerra contra as drogas para mudar o foco sobre a crise doméstica nos Estados Unidos.
Desde a semana passada, o governo americano entrou em “shutdown”, ou seja, paralisação total diante do impasse na aprovação da peça orçamentária. E, até agora, não houve sinalização de acordo entre Democratas e Republicanos.
Nas palavras de um general, apesar da imprevisibilidade do presidente americano, militares de alta patente americanos já indicaram que não estão nos planos americanos, pelo menos neste momento, invasões no território da Venezuela ou do Brasil.
Um movimento militar, de acordo com diplomatas brasileiros, também dificultaria um encontro entre Trump e Lula. E o presidente americano já manifestou mais de uma vez interesse de que o encontro ocorra ainda em outubro.
Apesar de minimizar a ameaça, o governo brasileiro realiza a Operação Atlas na Região Norte. O objetivo é aprimorar a atuação das Forças Armadas no território amazônico.
O exercício envolve o deslocamento estratégico de recursos humanos e materiais de diferentes regiões do país para a Amazônia, com o objetivo de fortalecer a capacidade militar de atuação na região estratégica.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, deve se reunir com o presidente Lula nesta terça-feira (7) para detalhar a operação militar. (Com CNN)
