O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o Poder Legislativo e afirmou que não é justo dizer que o Congresso Nacional está preso a uma pauta de “radicalização”. A declaração foi dada na manhã desta sexta (3), em entrevista à CNN .
“Temos um Congresso que tem procurado debater pautas importantes para a sociedade, apesar de toda essa polarização política. Eu não acho que sejam justas algumas avaliações que são feitas que dizem que o Congresso está preso à essa agenda de radicalização. Isso acaba sendo o que repercute mais”, declarou.
Na avaliação de Hugo, há, no momento, um cenário de instabilidade no país: "Temos o presidente da República que já foi três vezes eleito; temos o STF julgando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é o maior líder da direita do Brasil. Isso também traz instabilidade". Ele ainda citou o início do debate eleitoral, com uma construção de uma possível candidatura por parte do presidente Lula (PT) e ainda o embate com os Estados Unidos e as sanções aplicadas pelo governo norte-americano contra ministros do Supremo.
O congressista relembrou que a Casa é a "mais plural e mais representativa" da sociedade, o que torna o cenário "ainda mais desafiador". De acordo com ele, a presidência da Câmara não pode "se dar ao luxo" de ficar em apenas uma agenda, e deve atender aos demais lados, mesmo com a polarização.
"Às vezes, há um projeto que é muito importante para um setor da sociedade e completamente irrelevante para outro setor", declarou.
Em setembro, a Câmara foi alvo de críticas por conta da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, que visa a dificultar a abertura de processos criminais e prisões contra deputados e senadores, e da discussão do PL (Projeto de Lei) da Anistia, para perdoar as penas dos presos pelo 8 de Janeiro.
Depois que foram registradas manifestações em todo o país contra o avanço das propostas, Hugo recuou e disse que era "o momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas", passando a priorizar um pacote de projetos para segurança pública e a isenção do Imposto de Renda. (Com CNN)