O desembargador Sideni Soncini Pimentel, de 73 anos, teve a aposentadoria voluntária concedida pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) nesta quarta-feira (15).
A decisão, segundo o G1, foi publicada no Diário da Justiça e encerra a trajetória do magistrado dois anos antes da idade compulsória, de 75 anos.
Pimentel estava afastado das funções desde outubro de 2024, após ser um dos alvos da operação Última Ratio, da Polícia Federal, que apura suposto esquema de corrupção e venda de sentenças no Judiciário sul-mato-grossense.
Com a aposentadoria por tempo de contribuição, ele passa a receber salário integral de R$ 39,7 mil, além de manter os mesmos reajustes concedidos aos magistrados da ativa. A medida foi assinada pelo presidente do TJMS, desembargador Dorival Renato Pavan.
Operação Última Ratio
A investigação, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), teve grande repercussão em Mato Grosso do Sul. Durante as buscas, a PF apreendeu mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo, sendo R$ 2,7 milhões na casa de um dos desembargadores investigados, além de armas encontradas em residências de outros alvos.
Os filhos de Sideni Pimentel também são citados na apuração, que envolve cinco desembargadores ao todo:
Sérgio Fernandes Martins
Sideni Soncini Pimentel
Vladimir Abreu da Silva
Alexandre Bastos
Marcos José de Brito Rodrigues
Posição do Tribunal
Em nota, o TJMS informou apenas que o magistrado solicitou a aposentadoria voluntária, “conforme prevê a legislação aplicável à magistratura”, sem comentar o processo que o mantém afastado.
A decisão encerra uma passagem de mais de quatro décadas de Sideni Pimentel pelo Judiciário sul-mato-grossense — agora sob a sombra de uma das maiores crises institucionais já enfrentadas pelo tribunal.