Para o senador Jorge Kajuru, Lira faz presidente refém e tem ‘nojo’ de vê-lo

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-líder do governo Lula (PT) no Senado, disparou críticas contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , de quem disse ter “nojo”. Da tribuna do Senado, ele afirmou que o deputado usa a presidência da Câmara para fazer o presidente da República de “refém”.

“Eu tenho tido nojo, nojo, quando vejo lá na Câmara, o Arthur Lira. Por que que eu posso falar? Que medo que eu tenho dele? O que vai acontecer comigo? Ele não vai colocar projeto meu em pauta lá, e já não coloca mesmo”, disse o senador na tarde desta terça, 16.

A fala de Kajuru aconteceu em defesa do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Na semana passada, após a maioria da Câmara decidir pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado pela Polícia Federal como mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, Lira disse que o articulador político de Lula era um “desafeto pessoal” e “incompetente”. Eles acumulam atritos desde o início da gestão Lula.

Kajuru seguiu fazendo uma pergunta retórica: “quem é você, Arthur Lira? Você é um homem de negócios. Você usa a presidência da Câmara para quê, todo dia? Para tornar o presidente da República seu refém”, disse.

“Eu tenho que esperá-lo sair de lá para que meus projetos lá cheguem. O que mais ele pode falar de mim? Nada. Eu posso falar muito dele. Enfim, quem é esse ‘ser’, entre aspas, que nem de cidadão merece ser chamado, para desqualificar um homem público da envergadura moral de Alexandre Padilha, ministro do governo Lula?”, declarou Kajuru.

O senador seguiu afirmando que o comportamento de Lira é diferente do de Pacheco, que “não negocia voto”. 

“Antes de acionar a boca, Arthur Lira, ligue o seu cérebro, se é que você tem. Há dúvidas de minha parte. E aí, a notícia que todo mundo aqui sabe, mas ninguém tem coragem de falar. Sabe quem voltou a frequentar os bastidores da Câmara Federal? Aquela figura ridícula, que se chegar perto de mim, por gentileza, não estenda a mão. [...] De quem eu falo? Eduardo Cunha [...] pensando em impeachment de novo?”, prosseguiu Kajuru.

“Pronto falei, e dane-se a repercussão”, finalizou.