As negociações para a formação de uma federação entre o MDB e o Republicanos avançaram significativamente nas últimas semanas e já movimentam lideranças políticas em Brasília e nos estados, informa reportagem do Correio do Estado.
De acordo com a publicação, a informação foi confirmada por Carlos Marun, ex-ministro da Secretaria de Governo no governo Temer, e por outras duas figuras influentes do MDB em Mato Grosso do Sul.
Segundo Marun, a articulação ganhou corpo após o encontro realizado no dia 6 de maio entre o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), no Congresso Nacional. Um novo encontro entre os dirigentes deve ocorrer ainda nesta semana, com a participação de outras lideranças, inclusive Marun.
Aliados do MDB avaliam que a federação com o Republicanos pode fortalecer as duas legendas tanto no cenário nacional quanto nos estados, ao unir partidos que hoje têm presença expressiva no governo federal. Atualmente, o MDB ocupa três ministérios e o Republicanos comanda um — o de Portos e Aeroportos, com Silvio Costa Filho.
A possível federação, além de reforçar o peso político das siglas no Congresso e nos estados, também representaria um incremento nos recursos do fundo partidário e eleitoral, ampliando o poder de fogo nas disputas municipais e nacionais.
Em Mato Grosso do Sul, o arranjo pode influenciar diretamente os planos do governador Eduardo Riedel (PSDB), que estuda trocar de partido até o fim deste semestre. A federação MDB–Republicanos teria quatro deputados estaduais, 10 prefeitos e 134 vereadores no estado, o que atrai atenção de prefeitos tucanos que aguardam a decisão de Riedel para definir seu futuro político.
Caso se concretize, a união entre MDB e Republicanos se tornaria uma das maiores forças partidárias do país, ficando atrás apenas do PL e da federação União Progressista (União Brasil + PP). Juntas, as duas siglas somariam cinco governadores, 15 senadores, 87 deputados federais e mais de 1.300 prefeitos em todo o Brasil.
Apesar do avanço nas conversas, pontos de tensão ainda existem, como divergências regionais — especialmente na Bahia, onde os partidos estão em campos opostos. No entanto, dirigentes das duas legendas seguem otimistas com a possibilidade de um acerto em breve.